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"Folhas, Bagas, Anjos e Duendes!

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  Talvez valha a pena clicar na foto e vê-la com pormenor . as folhas, as bagas e o calor húmido dum bosque encantado... os anjos e os duendes... . estava ali como querendo insistir no que já nem fazia sentido, desprendeu-se e deixou-se cair com sede de abismos, subalimentada de aventura, rodopiou num bailado único e encantador, achou-se a folha mais linda que o bosque já alguma vez viu dançar. . outros eram os galhos que ainda exibiam por mais algum tempo, suas folhas em exuberância na fina e delicada beleza que a alguns encanta... . a festa estava no seu melhor e o verão não avisou, havia quem se convencesse que ele iria ficar para sempre. (a velha história da cigarra e da formiga, também foi inventada para ficar) . os seres do bosque a lapsos de tempo, enxergavam os anjos translúcidos, que o são por se alimentarem de bagas... . os anjos não sabem nem se importa com a cor das bagas que ingerem, contrariamente, os duendes sempre souberam que apesar de pouco importar a cor das bagas

As fragâncias da casa Gira

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  ."Fragrâncias" . jamais conhecerei bem e totalmente a casa Gira. a casa que me surpreende, ela muda por vontade própria, ela é infinitamente livre de se transformar para receber sempre desigual. sala a sala me é dada a uma nova visita algo diferente na evocação do ontem e na frescura do hoje, o aroma dos dois. percorro-as tateando na semiobscuridade e em tudo que toco, me lembra veludo, azul e quando respiro profundamente, deixo que o ar escape lentamente me deixando vazio para instalar o que vier a seguir. enquanto nestes despensamentos da divagação, ouço as duas meias portas centenárias, verdes e vidradas, rangeram musicalmente. desci curioso, e vejo-as fecharem-se primeiro nos dois trincos, de seguida as fechaduras rodaram os canhões, trancando firme mas sem chaves, olhei para me certificar de que não estava a inventar e as vi voltarem à posição inicial, quem sabe porque era assim que as queria e porta não pode ter vontade própria - mas olha que tem, naquela casa Gira,

" trágico miado "

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. havia um homem que o povo dizia, não ter juízo. ele morava aqui na vila, umas casas abaixo da minha. era o sujeito mais pacífico cá da terra, tal como pude observar ao longo dos anos, e não só pacífico, como educado, cumprimentava todos com quem se cruzava, miúdos ou graúdos, embora veladamente, mas fazia-o até com deferência, outros que o olhavam com desdém  nem sempre tinham a mesma educação, e isso nota-se numa vila pequena, em que quase todos se conhecem pelo menos de vista. - percebi que já não se pode andar solitário e nos caminhos do falar sozinho, sem ser apelidado de louco. eu, não conhecendo sua graça, chamava-o de "o poeta" - sim - porque ele declamava a tempo inteiro,  caminhando  cabisbaixo e olhando as pedras polidas da calçada, só levantando a cabeça para cumprimentar quem se cruzava com ele. _______________________ umas noites atrás - por volta da uma da manhã, em frente à minha morada, ouvi aquilo que acreditei ser um grupo de pessoas travando conversa. pas

" se amar assim é pecado... "

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o sol se foi, mas ali estive como tantas outras vezes fizemos, questionando como era possível o mesmo lugar à beira rio nos parecer todos os dias, o encanto de um novo cenário. desta vez não estavas lá, e eu não me senti também. regressei sem pressa a casa e nem a esperança de a encontrar acolhedora me fez companhia. deito-me na cama que me parece maior que nunca e fecho as gelosias da alma e  pela milésima vez,  com os dedos percorrendo  cada recanto do teu retrato com o pormenor de quem sabe onde foi feliz uma vida inteira. no lusco-fusco daquele que foi nosso quarto, sopro a vela para a apagar, mas ela tenta-me com vontade própria, teimando na luz desnecessária que reflete meu pesar, minha saudade imensurável, fazendo das nossas memórias uma tela desgastada nas paredes frias do que foi em tempos um ninho acolhedor. em pensamento delineio a reconstrução  de cada momento em que não consegui estar sóbrio contigo, por ao respirar-te profundamente, me sentir tão  ébrio, qual elixir da p