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A mostrar mensagens de novembro, 2022

" Até já "

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 Até Já!   bebeu um copo de água em jejum, dentro colocou limão e gengibre. lavado por dentro, faltava limpar a alma, e o fez como pôde, respirando profundamente. meditou e deu-se à aprendizagem de todos os dias. procurou a concentração, o equilíbrio, que em crescendo se instalou mental e fisicamente. olhou o horizonte e se focou na imensidão, em movimentos suaves arrebatou a natureza interiorizando-a e em seguida a libertou, libertando-se com ela. seguiu uma nuvem sem destino. enquanto isso, a vida se preencheu do chilrear dos pássaros, o cantar dos galos e a brisa abraçou o arvoredo em aconchego. as folhas já nos tons outonais balanceavam com a lentidão de quem tem a vida toda para sombrear o tronco secular, mas muitas coreografando o mais belo ballet, pousaram num tapete crocante e colorido de cores quentes. final feliz ao voltarem a alimentar o que as alimentou. uma borboleta  inebriada pela lavanda dos campos,  aplacou-se com delicadeza em sua mão, e assim seu mundo pulsando ritma

" Desenho - Estudos de Maria Luísa "

. Começa este caminho pelas artes na nossa família, com Maria Luísa Mateus Costa, minha mamy que desde muito nova se entregou ao estudo de desenho, como exemplo que mostro abaixo no vídeo. Parte dos desenhos são dela ainda muito jovem mas uma amostra do que já prometia, enquanto outros já se denotava algum traquejo. No geral, diria: "ou se tem ou não se tem", e Maria Luísa tinha, a aptidão para as artes, e mais tarde foi a grande incentivadora no arranque para percurso que meu pai Arménio Pereira teve nessas lides, vindo a fazer centenas de exposições pessoais de pintura, com muitas obras presentes em colecções particulares, salões nobres de Câmaras Municipais, restauro de frescos em igrejas e capelas e alguma presença em museus. .  (desenhos de Maria Luísa Mateus Costa)

"Jo e Segunda"

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  Ele chegou com o sol nascendo numa segunda-feira à casa que o aguardava, na cidade do Lubango, no velho bairro da Lage, prédio encostado à padaria do "Arnaldo Fernandes", donde o cheiro do pão acabado de sair dos fornos chegava com vigor à rua, num convite para matar a fome, o que lhe sobrou na memória para sempre. Lingrinhas, mas espevitado, deveria ter uns sete ou oito anos. Quem o "deu" aos velhotes não sei, nem sei se seria essa a idade dele. Iria ser afilhado / criado, a mistura das duas coisas, ou uma a encobrir a outra, que muita gente como ele sentiu na pele. Que interessava ao velhotes o nome esquisito que ele trazia Tchacuvuco, se podia passar a chamar-se simplesmente Segunda, como o dia em que ele chegou e encantou. E assim o batizaram como a branco nenhum chamariam. O Segunda e um menino vizinho, o Jo, brincavam pouco, por razões diversas, mas quando o podiam fazer, era de pé descalço. Segunda não tinha sapato, chinelo ou sandália, arrastava os pés no

"Ouvi-lo, é preciso"

Ele é frágil, mas mora numa fortaleza de amor e bem querer. Ele é ao longo da vida, um paciente, mas também um cuidador. Ele rejuvenesce quando lhe tocam com sensibilidade. Ele sobrevive às intempéries, porque ele é o tsunami, mas também o mar chão. Ele não é de ferro, mas é temperado e se ajusta à morada e sem muralhas, porque acredita Ele é dado à amizade e ao respeito, à cumplicidade e companheirismo Ele não é de quem o transporta, nem de ninguém, mas se doa, porque quando o faz e não espera nada em troca, e se vê surpreendido por regressar completo, mesmo que dos seus cacos se recomponha. Ele é o sentir, a emoção, a vida pulsando, o humor, a partilha... Ele da sua fragilidade se faz forte, por ser agraciado por almas sensíveis. Ele é o parceiro da alma... Ele não vive de afagos do ego, por humilde ser... . Ubuntu em todos nós!   autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023 .    

" A Janela (através) "

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  Pintura em acrílico - Tela algodão Autor: Guma . era uma casa muito arejada não tinha paredes tinha de tudo o que não precisava ao tempo e descuido resistiu uma janela de todo não carecia de mais nada dormia num quarto minguante e as visitas no quarto crescente e assim convivia nela toda a gente (boa) da janela sobranceira se avista o jardim a pequena ribeira mansa soa a distante água repassada que já não ecoa o sol nascente é sua bênção alguém até lhe chamou de mordomia como se não lhe chegasse também se aquecia a poente era uma casa muito arejada de águas furtadas ao céu lhe atribuíram todas as estrelas cadentes todas as luas carentes e amor que abrigava dolente um véu de sinais e códigos por desvendar era uma casa, só resta a janela ruína com alma receando desmoronar .   autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023 "A Janela (através)" Acrílico sobre tela 30 x 24 . Autor: Guma #gumartes Guma Art Gallery Disponível para adopção* Refª.: 0120

" Todas as cores dum pensamento em branco "

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  enquanto observo as tuas janelas da alma sinto que por dentro se entregaram à melancolia da penumbra elas não foram assim toda a vida estão agora entrefechadas por num dia inesperado promessas de luz a brilharem em sua essência como estrelas cadentes que se desvanecem levarem consigo o último sorriso deixaram somente os possíveis gradientes de cinza sombras e luz filtrada a saturação pelo crivo da descrença uma rota impossível de reinventar o desejo de mergulhar no azul do mar profundo e permanecer no fosso que guarda o silêncio . mas . sublime é a divagação, ou não ou para onde nos transporta leva-me a um fim de tarde gélido e chuvoso em que sol não se escondeu teu olhar á janela perdido no fundo do jardim o momento em que por dentro tudo se pintou pensado em branco apesar do fino crivo filtrando os mais belos tons ao abrires a janela, por assim querer e crer, aconteceu... entre as flores lá fora há uma fiel à sua cor e o mais importante: manteve intacto o teu perfume e porque assim

" Hotel Netto "

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"Sintra de outros tempos" . Hotel Netto . . Uns dias instalados no Hotel Netto para respirar os ares da Serra de Sintra  era outra coisa . Luz (um luxo) e nem sei se águas quentes haveria, pois era outro luxo . Hotel Netto (ou que não resta dele) . . Inaugurado em 1879 tem uma história bem mais antiga. Segundo as crónicas daquele tempo a casa pertenceu a um antigo almoxarife de Sintra capitão-mor, Máximo dos Reis. Alguns dos dados apurados revelam ter originalmente partes do edifício com características Manuelinas. Constam no prédio zonas que datam de entre os séculos XV e XVI e que se esperavam vir a ser recuperadas e aproveitadas na sua reconstrução (esta adiada de década para década) . . . . . . . . Portugal pelos tempos fora, raramente soube cuidar do seu património cultural e histórico. Este é um flagrante exemplo entre tantos outros país fora. . ...   autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023

" Domingo "

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  #Speedymylove   autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023

" Coisas do coração "

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O coração alberga muitos Corações  .    autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023

Gente que vejo por aí

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  gente que caminha se faz à estrada olhando em frente por não poder ficar parada gente que sente o chão que pisa respira vida brotando boa energia a cada passo firme caminhar. apenas caminhar e sem rumo é como contrariar o destino mas não é caminhar à toa a borboleta no seu voar errante sabe porque voa . .   autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023 (respeite os direitos de autor) . captação com: Sony a58 + 70/300 Minolta

" Floresta encantada "

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  Na floresta encantada A importância do tempo não se pauta pelos ponteiros do relógio, sim do que retiras dele numa fracção de segundos.   autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023

Espelhos de Água

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Sombra e água, mataram a sede  à terra sem viço, de crostas feitas em mosaicos irregulares e separados pelas nervuras que a secura dos dias teimosamente quentes tinham antes desenhado nas margens do rio  Comprometeram-se em tornar essa terra rica e barrenta.  Untaram-se dela, húmidos e escorregadios até cada poro se preencher de satisfação. Vestiram a nudez das estátuas e brincaram até à exaustão. E ao sétimo dia que a Deus pertencia, se perpetuaram agora marmoreados, exalando aromas dum sonho que jamais alguém admitiu acordar. .    autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023