"Falta de tempo ? "


.

Tempo
para o tal momento
que por questionáveis prioridades
é sempre tão difícil encaixar

Tempo
para escutar-se
e sobretudo, refletir fluído

Tempo
que até na cápsula do silêncio
continua fazendo ruído
no confronto entre o que está bem
e o que nos parece correr mal

Tempo
para que o tempo seja vivido
e não façamos dele um terrível rival

Fazemos do tempo uma chegada
outras vezes a partida
uma cadência, um guia, um protocolo

Um casaco demasiado apertado
muito abaixo da nossa medida!


 autor 📝📸 : Guma © 2009 / 2023

Foto captada no Museu do Tramagal

Comentários

MARILENE disse…
Perfeito final deu aos seus versos, Guma. Ele parece sempre curto porque nos embaralhamos com nossas prioridades. O tempo está a nos pedir sabedoria, constantemente. Abraço.
Guma disse…
Obrigado amiga lena por tua leitura e presença aqui na "Serra... "
Pensei que com os anos e agora como reformado o tempo iria render doutra forma, está visto que o tempo nunca chega para os muitos projectos em curso e outros que não passaram ainda para a concretização, isto sem falar na lida do dia a dia que toma imenso do tempo útil de cada dia. Dois livros de ficção em progresso embora lento e como é natural gosto de guardar uns momentos para ler, reflectir. Bem que me organizo, mas nunca chega rsrsrs
Kandandos de cá com amizade e estima!
chica disse…
Guma, que beleza de poesia tão reflexiva sobre o danado do tempo que parece querer sempre nos dominar...
Adorei tua visita e lindo comentário por lá!
abraços, ótimo dia! chica
Guma disse…
Grato sou eu amiga Chica!
O tempo tem de passar a ser tratado com amizade e foco, para o entendermos e fazermos o melhor que é possível para o organizar e passar a ser de qualidade.
Óptimo dia por aí para ti e os teus.
Kandandos de cá.
Jaime Portela disse…
Quando há tempo de sobra, é mau sinal...
Excelente poema, gostei imenso.
Um abraço.
Guma disse…
Boa tarde Jaime.
Tempo há sempre, mas tempo de qualidade, de introspecção, útil e fecundo, é bem mais difícil encaixar no meio da azáfama diária e tudo quando nos retira involuntariamente do foco 😉
Grato pela visita e comentário objectivo. Abraço!
O tempo insinua-se e paulatinamente vai esvaziando a nossa despensa. Só damos por ele quando vemos as nossas prateleiras da vida... quase vazias.
Voltarei, um abraço.
Guma disse…
Grato pela leitura, pelo cordial e assertivo comentário e pela presença amiga que estimo.
Até breve, kandandos!

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