O tudo e o nada

 





somos o que guardamos
e o que imaginamos
o que parece esquecido
mas mora dentro nós
somos o que preparamos
para o que der e vier
somos o que não nos basta
o merecido e o que não pedimos ser
somos a perda e o ganho
o nó de marinheiro a desatar
somos o que somos
e não o que parecemos
somos o grão de areia
e o universo inteiro
somos de onde viemos
e seremos com alma
para onde formos
desconhecendo a dimensão
somos o que perdemos
se nos perdermos em nós
somos a paz de um sonho
que não sonhamos em vão
somos o que nos apaixona
a alegria de viver
as janelas da alma salgadas
o leito de águas doces
chegando suave à foz
somos pedras da calçada, lustrada
caminhos dos outros em nós
somos barro quebradiço que um dia será pó
. autor 📸📝 : Guma © 2009 / 2023

Comentários

chica disse…
Guma, sempre saio daqui feliz por ter tido ótima leitura!
Descreves muito bem como somos!
abraços, lindo domingo! chica
Somos o que somos e deveremos procurar estar do lado certo da vida mesmo que esse não seja o lado certo mas que nós acreditamos que é.
Apreciei deveras este seu poema. Apreciei também a excelente imagem
Um abraço.
Guma disse…
Somos tanto mais, impossível de transcrever.
Somos também a amizade.
Um kandando Chica 🍀
Guma disse…
Fico pois, muito agradado pelas palavras do Luís, que leio como um incentivo também.
Um kandando.
Ana Tapadas disse…
Um belo poema, profundo e verdadeiro! Somos, sim, meu amigo! Abraço
Roselia Bezerra disse…
Boa noite de domingo, amigo Guma!
"somos a perda e o ganho
o nó de marinheiro a desatar"
Muitas vezes, a vida nos dá vários nós de marinheiro e a dificuldade para desatar é imensa, mas a perseverança tudo alcança e a esperança é a última que morre.
Tenha um agosto abençoado!
Abraços fraternos de paz
somos barro quebradiço
que um dia será pó
(o nosso caminhar)
Boa semana 😘
Guma disse…
Querida Ana, somos tudo isso, tanto mais, e, amigos que sentimos um prazer indescritível com a presença através dos comentários que abraçam.
Um kandando com estima e a amizade de sempre.
Guma disse…
Boa tarde Roselia,
Ao longo da vida acumulamos, acrescentamos, sacudimos de nós e vamos filtrando ao longo da vida que se quer com sabedoria.
Também somos amizade que se propaga em boa energia, tal e qual sinto que resulta de ti e muito prezo senti-la ao longo de tantos anos.
Um excelente Agosto, saúde e alegrias.
Kandandos com amizade e estima.
Guma disse…
Olá Gracinha!
Acumulamos ao longo do tempo sabedoria, nem imagino ser doutra forma o atravessar este caminho que se chama "vida", mas é sabido como ela nos quebrando e como nós nos reparamos ao longo dela. Só que não apelo nem agravo, um dia quebra de vez, vira pó que a brisa irá espalhar. Donde viemos... voltamos.
Grato pela companhia aqui e pelo comentário que gostei, deixo um kandando e o desejo de um esplendido Agosto repleto de coisas boas.
Guma,
Somos tudo isso que
seu poema tão lindamente
nos trás e nos embala a cada
nova leitura.
Eu amo vir aqui e passear sem
pressa por entre a beleza
e a calmaria.
Encantada desejo
Boa nova semana
e que que o mês de agosto nos
seja favorável!
Boa nova semana.
Bjins
CatiahoAlc.
Guma disse…
Somos um pedacinho do universo, por esse prisma, diria, um pedacinho mágico. O tanto que somos (pensando, no ser e estar, acreditando no lugar certo) é indescritível. Somos sentimentos, momentos, e com amizade sou grato por a amiga aqui, encontrar essa paz de espírito e bem estar.
Um kandando, boa semana.
Olinda Melo disse…
"O tudo e o nada"!
Nessas duas palavras há uma imensidão de deve e haver
que tão bem descreve, numa construção poética que nos embala e
faz crer que a matéria e o espírito que nos compõem saíram deveras
de mãos divinas.
Valorizar tudo isso num caminhar que ora avança ora retrocede,
porque não existem certezas, e procurar alcançar a essência que
eleva e enleva é a nossa missão.
Caro Guma, um prazer imenso ler este seu poema. Neste contexto
nem nos lembramos que somos pó e para o pó voltaremos :)
Boa semana, amigo.
Um abraço
Olinda
Guma disse…
Olá Olinda,
o poema é uma (tentativa de) reflexão sobre a vida e a existência (humana).
Como a amiga bem escreveu, ao longo do percurso para sermos* - o “deve” e o “haver” tornam-se uma teia complexa de matéria e espírito.
Exprimi o melhor que soube a nossa missão de valorizar essa complexidade e alcançar a essência que eleva a um estado de espirito que muito desejo completar, onde tudo começa, um dia acabará e assim se vai repetindo o ciclo interminável.
A minha humilde homenagem à vida e à nossa busca por significado.
Gostei muito de do comentário da Olinda e a forma como interpretou minhas palavras nesta publicação.
Deixo um kandando com estima e amizade!

Mensagens populares deste blogue