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entrementes (erva doce)

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autor: Guma   Acrílico sobre tela canvas 100 x 70 cm - indisponível . " entrementes " ( erva.doce ) . diz*se dele, que nada dele se sabia. de onde veio, como se chamava e ainda aconteceu de lhe darem um nome, melhor, vários!!! não tinha idade, ou tinha muitas, todas as que cada um imaginava. e estando permanentemente na dele, envolvido, o alcunharam de "entrementes". ficava por norma um pouco distante dos restantes retalhando o que ouvia a partir do que pescava* - solto das conversas de quem se sentava à sombra da soberba mangueira do terreiro, que pintava do vermelho pó, os pés descalços de quem a vida pisava, porque pisar a vida no seu paço, ainda era um sonho, naquelas bandas. o puzzle batia certo para ele mesmo, mesmo sem sem o encaixar das peças e assim lhe passavam os dias, cada um como uma reza...  a certa altura, num dia de canícula insuportável, sentei-me perto da eira junto ao terreiro, e fui-me ressentando aos poucos para mais perto dele e ouvir o que diz

"Folhas, Bagas, Anjos e Duendes!

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  Talvez valha a pena clicar na foto e vê-la com pormenor . as folhas, as bagas e o calor húmido dum bosque encantado... os anjos e os duendes... . estava ali como querendo insistir no que já nem fazia sentido, desprendeu-se e deixou-se cair com sede de abismos, subalimentada de aventura, rodopiou num bailado único e encantador, achou-se a folha mais linda que o bosque já alguma vez viu dançar. . outros eram os galhos que ainda exibiam por mais algum tempo, suas folhas em exuberância na fina e delicada beleza que a alguns encanta... . a festa estava no seu melhor e o verão não avisou, havia quem se convencesse que ele iria ficar para sempre. (a velha história da cigarra e da formiga, também foi inventada para ficar) . os seres do bosque a lapsos de tempo, enxergavam os anjos translúcidos, que o são por se alimentarem de bagas... . os anjos não sabem nem se importa com a cor das bagas que ingerem, contrariamente, os duendes sempre souberam que apesar de pouco importar a cor das bagas

"Mano Henrique Gabriel"

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  . se o mar estiver perto, vamos nos desnudar, se a montanha se mostrar inalcançável, vamos escala-la, se o céu se despojar das nuvens que nos levavam aos lugares mais improváveis, vamos pintá-las à espátula na tela do infinito, se o lago no monte da lua, nos inspirar, encontraremos forças para nos encontrarmos como antes à beira do Alva que cedo te roubaram, e mergulharemos - e depois, bem noite dentro, sentaremos no chão da tua eira, onde a luz inexistente à noite, não cega como na cidade, resolveremos de perto as constelações e vamos dar-lhes nomes de amigos que jamais esqueceremos... - reinará na eira, o silêncio dos presentes, onde apenas e só a natureza se expressa em ruídos e tons suaves quase inaudíveis, mas nós sabemos "Lhique" que à falta de palavras por manifesta comunhão com o universo, são as musas que por nós vão filosofar e isso nos basta! . Guma    © 2009 / 2023

O lamento dum abraço

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  bom é o abraço que encaixa leve mas vigoroso, sentido como roupa por medida bom de afago reconfortante e duradouro quero lá eu outro se não esse e mantê-lo sem dono livre de regras na doação .............  📝 :  Guma  © 2009 / 2023   ............. . era um abraço farto de braços abertos novinho e por dar... um abraço oferecido que cansou de tanto esperar. . - ah... como eu lamento se esse abraço por tão pouco se perder por aí, vencido. . tentou o coitado aquecer-se mas amargurado enregelou. sem pinga de graça, teimoso e de ombros caídos ainda se manifestou, - quem quer um abraço dado que alguém descartou? . mas passavam por ele como transparente fosse. . - ah como eu lamento vê-lo desperdiçado e triste e quão farto e intenso era e não resistindo à espera, amargurado por dentro, foi onde abraços não havia mas prometendo voltar... . - quiçá um dia e sem vento eu consiga regressar. . - não me convenceu . ah... como lamento aquele abraço desperdiçado que podia ser o meu, um abraço farto

tudo começa nas raízes

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  ...era algo sobre a conversa sussurrada que as raízes têm entre si enquanto se espreguiçam e abraçam a árvore mais próxima. a brisa quente do verão, ao acariciar a folhagem da árvore de folha caduca, lhes confia como certo é, caírem esvoaçando delicadezas, daqui a nada, será chegado o outono fora das previsões que já não se cumprem. a alegria da semente germinando ao espreitar os primeiros raios de sol, mantém-se a mesma de quem a plantou e regou com paixão observando com a alma e de olhos cerrados adormeceria sabendo, que nos sonhos reside a esperança, uma outra visão, e não as respostas que procuramos.   A "tua" árvore de todos nascem, vivem e um dia morrem de velhice, uma doença súbita ou prolongada, quem sabe. outras vezes por não encontram motivação para permanecerem por cá a oxigenar-nos. a sua morte natural é bem diferente dos humanos. elas morrem de pé. o homem fisicamente não o consegue, mas há aqueles que embora não o consigam em termos físicos o fazem com a

o que o tempo apura

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.  Que fruta é essa que te emprestou o sabor de meu desejo Que fruta é essa suculenta, que me tenta e o tempo apurou num beijo Que fruta é essa que a cada prova um novo sabor inventa Que fruta é essa que me faz água na boca e lamber os dedos Que fruta é essa que sabe de meus segredos e deixa-me na pele impressa a paixão sem culpa a boca ávida do que nunca antes provei Que fruta é essa que apanhada verde, em mim apurei? . autor 📸📝 :  Guma  © 2009 / 2023

sequiosa

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. a palma da mão tocou e na ponta dos dedos sequiosa se deu debruçando-se venceu medos o eco cessou nada é em vão . autor 📸📝 :  Guma  © 2009 / 2023  

O tudo e o nada

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  somos o que guardamos e o que imaginamos o que parece esquecido mas mora dentro nós somos o que preparamos para o que der e vier somos o que não nos basta o merecido e o que não pedimos ser somos a perda e o ganho o nó de marinheiro a desatar somos o que somos e não o que parecemos somos o grão de areia e o universo inteiro somos de onde viemos e seremos com alma para onde formos desconhecendo a dimensão somos o que perdemos se nos perdermos em nós somos a paz de um sonho que não sonhamos em vão somos o que nos apaixona a alegria de viver as janelas da alma salgadas o leito de águas doces chegando suave à foz somos pedras da calçada, lustrada caminhos dos outros em nós somos barro quebradiço que um dia será pó . autor 📸📝 :  Guma  © 2009 / 2023

Gosto

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  (São Pedro do Sul) gosto de caminhar por carreiros apreciar as chaminés altaneiras das casas brancas da minha aldeia gosto das telhas de canudo vermelhas onde se plantam por si suculentas molduras de montes verdes que o azul do céu clareou respirar as flores do campo que de vermelho papoila ele pintou gosto do puro branco das margaridas que no meio por virtude o amarelo manchou gosto de caminhar por valados e veredas vencer vertigens e das escarpas olhar o mar sentir quão pequenino grão de areia sou gosto do nascer do sol lento, opulento é o antes, o agora e o depois gosto das cores quentes da minha terra das sombras frescas das vielas gosto da liberdade de as percorrer bem cedo e de as guardar como elas guardam gente gosto da corrente do rio que é nascente e será foz e me faz ser inteiro, rio que me mata a sede transbordando nas suas margens gosto, se gosto... gosto de tudo o que me surpreende por observar todos os dias e me parecer sempre diferente . autor  📝📸 :  Guma  © 2009 / 2

com a luz que o desconvenceu

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l evantou-se lento, entorpecido olhou o fino lençol de algodão amarrotado sobre o sonho adormecido quis mantê-lo guardado aquecido e pronto até ao seu regresso mas o dia é longo e ele desconhecia o processo o sonho já o sonhara enquanto sono teve ... um fino lençol de algodão atrai ou deixa ir os sonhos odores, a vida, ou a falta dela ... o sol se pôs e de novo se ajeitou sob o lençol pálido de nada como companhia a lua, que não era só sua percebeu que tinha perdido o norte desaguou onde o horizonte se confunde com o céu esperou pela chegada de um novo dia que ímpio chegou madrugador com a luz que o desconvenceu. . autor  📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023

é a meio do nada...

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 " é a meio do nada,  que acontecemos de todo" .. . que o ouvido me guie e o olhar aquiete o longe que a alma siga o faro e contrarie o destino me apure a essência e aligeire o caminho que a sede imensurável do saber e da excelência não me seja satisfação. um pé seguindo o outro descalço sentindo o chão, sonhos na mochila, uma maçã e uma fatia de pão, tecto das estrelas e uma canção . autor  📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023

Perguntei

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  perguntei à noite se poderia ser suave como um sonho a preto e branco e gradientes de cinzento não me respondeu pedi à neblina que levantasse libertando a crueza das cores e nada sucedeu perguntei de novo mas a quem sabe pensando perguntar bem onde mora agora o pranto das flores que colhi a fé cega no caminho que escolhi e o que era feito do sono puro de arminho ao que um sábio respondeu o sábio aqui sou eu e é no soletrar da oração e pelas contas dum rosário de espinhos, que o sei mas caso te contasse o que sucedeu sábio serias tu e não eu fica então sabendo que a cruz que agora carregas em tempos carreguei-a eu . autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023 . Tela: "O Insustentável Peso de Ser" Acrílico sobre tela 30 x 22 Autor: Guma Não disponível

Talvez...

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. Autor:  Guma "Pensador" Acrílico sobre tela - Colecção de Laura Abrantes . abandonou a primavera entregando a essência a um verão por chegar intenso e estranho era o vivo e o amorfo o lúcido e o louco cada um na sua vez agora nem um, nem o outro. ... sobrou-lhe um gigante talvez   . autor 📝📸 :  Guma  © 2009 / 2023

ser árvore, é viver muitas vidas

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. símbolo da vida e da perpétua evolução, sempre em ascensão vertical. as árvores morrem de pé quando não há intervenção humana. sinta os benefícios reais para a sua saúde física e mental ao abraçar uma árvore. . autor 📝 :  Guma  © 2009 / 2023 . por mais fluído que venha sendo o trilho, recentrar é indispensável... pare, é o seu momento (a dois), o encontro consigo mesmo. com aquele eu, por vezes cruel amigo e sem lisonja. o lugar onde as palavras, pelo que são, assim sabem, os pensamentos que se não escrevem, o eu derramado sem filtro e sem abrigo, puro duro, sensível e verdadeiro, o eu que mais ninguém conhece, que ora fere, ora suave amacia a alma. e revendo seu dia, a sós, procure a sombra apetecida, já que todos temos (só para nós) uma árvore da vida. uns têm-na de folha caduca, outros tem-na de folha persistente, pelo que de forma diferente e única, cada um cumpra seu caminho e lhe seja sempre presente, que as árvores com dignidade vivem e morrem, acaso ou por destino, riem e ch